terça-feira, 21 de julho de 2009


Imagens: blogs de Bianca Zanella, Terra Campo e Galpão, Myspace Raineri Spohr, Alma de Bandoneon

Dia 13.08 Apresentação no La Campana Bar em Balneário Camboriú.

Por Bianca Zanella:
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Se as coisas tem seu próprio tempo para acontecer, este é um disco que veio em boa hora, nem antes nem depois do tempo certo. Isso porque pode até significar um "recomeço", como insiste o músico, mas a sua trajetória não passa em branco neste trabalho tão esperado por ele.

Poucos são os "primeiros CD´s" lançados no cenário local e regional com qualidade equivalente a este, bem cuidado da produção/gravação ao encarte. Raineri está inteiro em cada uma das 12 faixas - em poesia e melodia - bem acompanhado por suas bem-sucedidas parcerias, como os instrumentistas Edilberto Bérgamo, Gustavo Oliveira, Guilherme Ceron, Fábio Andrade, Rodrigo Maia e Felipe Radünz, e os compositores Adriano Alves, Roberto Luçardo e Eron Vaz Mattos, entre tantos.

A idéia inicial, que era fazer uma coletânea das participações em festivais gravadas ao vivo, foi deixada de lado em nome de um projeto maior. "Deixa isso para os poetas e encara a coisa como gente grande", foi o conselho que ouviu dos amigos, companheiros de música, que o incentivaram a gravar o álbum inédito, em estúdio.

No entanto, entre o período da gravação - no segundo semestre do ano passado - e o lançamento este mês, várias músicas foram selecionadas em festivais, conferindo ao CD um atestado de qualidade. A chamarra Despachando a trote largo foi a canção mais popular no Canto das Invernias e o rasguido Baeta Colorada venceu a categoria de melhor grupo instrumental na Vigília do Canto Gaúcho, em Cachoeira do Sul, para citar apenas duas participações premiadas.

Inéditas mesmo, no lançamento, são as canções Potra Solidão, o chamamé Ainda hoje cedo e a milonga No rumo da ilhapa.


Versos campeiros criados na cidade

Se é possível sentir saudade do que não se viveu, Raineri é a prova que sim. Sua vivência no campo foi apenas ocasional. Natural de Dom Pedrito, hoje aos 27 anos, foi criado na cidade. "Sou um gaúcho urbano", diz ele, que ainda assim nunca esqueceu dos tempos de guri vividos no interior do Mato Grosso. "Acordar no campo, comer pão feito em casa com manteiga é diferente que acordar na cidade", lembra com saudoso idealismo da identificação imediata que teve com a vida campeira.

"Eu me apaixono pelas imagens do campo, e canto por quem faz essas lidas e por quem merece. Falar da prenda, do homem do campo, da sua humildade e ao mesmo inteligência e do jeito como ele faz as coisas com amor é o que gosto", diz o romântico confesso.

Consciente de que "ninguém fica rico com um disco", Raineri apresenta seu CD como cartão de visitas e pretende ir além. "Todo mundo tem um sonho. Eu pretendo gravar outros e seguir cantando com essa sensibilidade que eu tenho para transmitir essa imagem do campo que eu canto e que me encanta."

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