terça-feira, 17 de março de 2009

O meu reponte

Eu fui e gostei. É assim que diz o adesivo distribuído durante o festival. E posso afirmar sem sombra de dúvidas que de fato sim, eu fui e gostei. Quero parabenizar a organização do evento, agradecer a atenção e disponibilidade das pessoas responsáveis pela assessoria de imprensa. Em especial a Noé Cezar, Joice e Karine ( da Secretaria de Turismo e Desportos de São Lourenço do Sul). O festival trás um diferencial bastante significativo este ano que é a questão da ajuda de custo alta e a premiação somente troféus. Decisão aplaudida pelos artistas presentes. Também se premia duas linhas de expressão “livre” e “campeira” com 1ª e 2ª Lugar, melodia, poesia, instrumentista, resgate histórico e tema litorâneo. O galpão onde se realiza é imenso, bonito, com camarim enorme também. Como tenho costume, ou como conheci uma realidade diferente, ainda é estranho para mim tantas cadeiras tomando o espaço todo da frente do palco. E esta área ser restrita, com um valor mais alto de ingresso. Como já disse outras vezes, é ruim, para ti tirar fotos, ou mesmo para observar a defesa com mais emoção. Enfim...

Para tanto tenho uma trilogia de fotos sentada no chão assistindo festival...hehe, Vacaria, Sapecada e agora Reponte. E isso não me fez menos admiradora ou menos critica.

O lançamento do Cd do Xiru Antunes, com Silvério Barcellos e poemas de Eron Vaz Mattos, foi lindo e emocionante. A Apresentação de Sergio Carvalho Pereira, falando da importância do resgate das poesias do Eron, de como é essencial que pessoas como ele se mantenham vivas na lembrança e no coração das pessoas. O Eron é um poeta ímpar, que como diz o Sergio vive como Van Gohg, que vendeu um único quadro em vida. Reconhecer a obra de poetas e artistas que batalham por seus ideais é no mínimo uma obrigação nossa para com o futuro. Precisamos fazer com que ele saiba que seu trabalho não é em vão, que ele encontra campo fértil para colher os frutos das árvores que plantou. O lugar, o Mercado del Puerto é aconchegante, a comida é boa e os donos são uma simaptia só, abraços Patricia e Javier. Bom sem falar na importância na Oficina Quarto de Ronda no Reponte...Xirú Antunes, Carlos Omar Vilela Gomes e Angelo Franco. Brinque...hehe

Gostaria de mandar um abraço aos novos amigos que fiz, e aos que tive o imenso prazer de reencontrar. Quero fazer uma homenagem especial para algumas pessoas que tem um lugar cativo no meu coração. Por vezes ferino, por vezes confuso e outras vezes cheio de carinho. Mas antes vou contar uma historinha. Certa feita anos atrás havia um grupo de debates sobre a cultura “gaucha” nativista, chamado “Invernia”. Do qual passei a fazer parte, isso bem antes de qualquer envolvimento mais sério com a cultura. Lá numa dessas discussões, um guri falou da música “Contraponto”( Paulo de Freitas Mendonça / Fabiano Bacchieri / Cristiano Quevedo) que quem quissesse, ele tinha para mandar. Aí eu entrei em contato e ele me mandou. Gracias Cristiano por me dar de presente essa amizade.
"Esse meu jeito de alçar a perna
De mirar ao longe o horizonte largo
É o contraponto de beber auroras
Quando cevo a alma pra sorver o amargo

Esse silêncio que me traz distância
Que me agranda o canto entre campo e céu
É o contraponto de acender o fogo
Meço um metro e pouco da espora ao chapéu

Essa coragem de pelear de adaga
De ser um gigante pela liberdade
É o contraponto de ajuntar terneiros
E acenar aos velhos e ter humildade

Essa audácia de buscar o novo
Sem pisar no rastro e reacender as brasas
É o contraponto de ter prenda e filhos
E ficar tordilho ao redor 'das casa'."

Bom aí se vai acho que uns seis anos talvez...nesse tempo eu já escrevia para o Weblages, sobre nativismo aqui na serra. E este guri me trouxe outros amigos muito caros, como o André Novo, Cristiane Machado entre outros. Em 2005 eu começo a me aventurar solita pelos festivais..., o primeiro em Brusque, justamente para acampar com o André. Depois Em Rio Grande na etapa da Califa, onde tinha uma música com letra do Ramiro Amorim. Me larguei e fui para ficar na casa de um parceraço do jornal. Quando aportei em Rio Grande, pensei, putz o que eu vim fazer aqui...mas aí já não tinha volta. E foi um dos melhores momentos, tê-lo conhecido e a sua família linda. Romulo, Seu João e Dona Vanilda. Que alegria! Nossos encontros sempre tão rápidos mas cheios de carinho. Admiro vocês, e gostaria de ter cancha para fazer mais sempre. Foi empatia a primeira vista e é lágrimas sem vergonha nas partidas. Com esperança que a próxima visita não tarde tanto. Eu desejo de coração, saúde, dinheiro, alegria e que nunca falte nada para vocês. Obrigada por acreditar quando tantos não deram a mínima, obrigada pelas orações para o meu restabelecimento. Enfim, obrigada!!

E Cris, obrigada também, por me aturar...hehe, pelas lágrimas sentidas, pelas alegrias contidas, pelos mimos, pelas críticas e pelas compreensões, obrigada por tuas orações. Amiga, te desejo sucesso, saúde, felicidade e tudo de melhor que você merece.
Mariana muito obrigada pela companhia e desculpe qualquer mau humor...!
Esse festival veio como um presente depois de um tempo ruim e servirá de carga para enfrentar o ano.
Que venha, que venha o que vier...


Aliás tem jornal novo na praça..peguem além de bom é de graça...hehe

Um comentário:

Cris disse...

Olá!
Depois de ter sido questionada algumas vezes pela Patricia sobre minha postura reservada, e os motivos de eu reportar minhas contribuições e opiniões diretamente à ela, não tive mais como escapar.
E aqui estou eu me manifestando...
Não sei se todos, mas creio que muitos de vocês ,vivam como eu, em meio a uma correria diária, com mil atribulações em vários aspectos da vida, que vão nos cansando, muitas vezes nos estressando.
Só que em algum momento, é necessário parar, recarregar as energias. Quase todos os dias, reservo ao menos alguns minutos para isso. Paro para conversar com as pessoas que estimo... Para ler um livro ou uma poesia... Mas o que funciona invariavelmente é música... Seja para relaxar ou para me estimular... Música me faz sorrir e chorar... Ao passo que a emoção vai tomando conta de mim... E o Reponte conseguiu reunir todos essas coisas que me são tão caras e me fazem tão bem, e por isso resolvi que era a hora de deixar de calar.
Sobre o festival concordo com muitas, senão com todas as opiniões de Patricia, por isso não vou me prolongar muito falando disso. Vi e ouvi composições lindíssimas, foi maravilhoso e inesquecível!
Porém o papel fundamental do Reponte, para mim, foi ter proporcionado o restante dos acontecimentos do último final de semana...
A primeira (grata) surpresa foi a Mariana, baita parceira, com uma bagagem em viagens que nos facilitou a vida (não tinha o que essa guria não tivesse dentro da mala!!!). E muito provavelmente ela foi a primeira pessoa que eu conheci na vida que vê a individualidade desvinculada do egoísmo porque sabe o verdadeiro valor da palavra Respeito.
Depois disso, ter (finalmente) encontrado o Romulo, amigo querido que junto com os seus pais – S. João e D. Vanilda - me receberam tão bem em Rio Grande, tanto que mal saí de lá, já imaginava o quão bom seria regressar...
E ter reencontrado a Patricia, depois de algum tempo em que estivemos distantes (mas só fisicamente), e ver nela a mulher forte, amiga para todas as horas, inteligente, corajosa, carinhosa bem humorada e realizadora... SEMPRE... É, a Paty é uma dessas pessoas que tem uma capacidade realizadora tão grande, a ponto de fazer sonhos virar realidade!
S. João, D. Vanilda, Mariana, Romulo e Patricia - Muito obrigada por cada um dos instantes que passamos juntos...
Bom... Quem me conhece sabe da minha profunda admiração pelo trabalho do Eron Vaz Mattos. [Sabe também que ando com um exemplar de Romance de Estrada Longa dentro da bolsa... Sabe que já incomodei meio mundo para conseguir os livros dele... Sabe da felicidade que fiquei quando o conheci e que normalmente relato esse encontro, falando da aparente incoerência mas realidade inegável de que a simplicidade, sensibilidade e hombridade do Eron são sim materializáveis e tangíveis! (Sem falar naquele abraço de urso! Coisa bem boa!)].
E que embora eu goste de todo o tipo de poesia, ninguém tem o poder que o Eron tem de tocar minha alma com seus versos e por isso, eu vou aproveitar e agradecer mais uma vez ao Xirú Antunes e ao Silvério Barcellos, por alguns dos momentos mais emocionantes do meu final de semana, que foi no lançamento do CD desses artistas, cujas palavras faltam no vocabulário para qualificar a leitura cheia de sensibilidade de ambos, que deu vida aos versos do Eron... Obrigada!
Para quem não fala, eu já me estendi demais... rsrsr
Mas vou registrar talvez o único ponto que Patricia esqueceu de mencionar sobre São Lourenço... Que é o quão perfumadas e floridas são suas ruas...
Vou ficando por aqui...
Abraços a todos
Cris Machado
Curitiba, 19.03.2009